POR RENATA NUNES
João Pessoa, PB - Quem disse que mulher não entende de futebol? Esse pensamento está mudando e cada dia as mulheres vem conquistando seu espaço no esporte predominantemente masculino.
O esporte moderno é considerado um fenômeno social e mesmo que isto esteja em mudança na atualidade, ainda há uma predominância de valores masculinos, devido ao fato da existência de um modelo esportivo carregado de crenças e valores discriminatórios. Estes valores acabam influenciando instituições, quanto à inclusão da participação feminina nos esportes em geral.
Um fato inusitado chamou a atenção dos espectadores que foram no último sábado, 25, assistir a partida entre Treze x Gináqua, no Campeonato Paraibano de Futsal, categoria Sub 09. Durante o aquecimento, a presença de uma menina foi notada entre os atletas da equipe do Gináqua.
Tratava-se de Ana Karolina, uma criança de apenas 8 anos e que já desponta para o esporte, enfrentando a discriminação e quebrando tabus. Ela está disputando o Paraibano Sub 09 pela equipe do Gináqua.
A pergunta é: como uma menina pode jogar entre meninos, numa competição oficial? Quem dá a resposta é o presidente da Federação Paraibana de Futebol de Salão, Geraldo Magela. “Nós fomos procurados pelos pais de Ana Karolina, para saber a possibilidade dela disputar o Paraibano Masculino pela equipe do Gináqua. Nós explicamos que havia uma série de restrições quanto à participação dela, já que o jogo entre homens, apesar de serem crianças, é bem mais forte, mais corrido e explicamos também os riscos. Como não há nenhuma competição, organizada pela nossa Federação, nessa categoria, nós achamos por bem, incluir a participação da garota, mediante a autorização dos pais.”-conta Magela.
Os pais de Ana Karolina assinaram um documento autorizando a participação da atleta, reconhecendo e se responsabilizando por quaisquer eventualidades que venham a ocorrer, por ela estar atuando entre meminos.
Sua mãe, Carla contou que a paixão da filha pelo futsal começou cedo, aos 5 anos, quando Ana Karolina participava das aulas de educação física, mas sempre mostrando interesse pelo futsal.
No Gináqua, ela é orientada pelo professor Rock Sandro, que foi procurado pelos pais para viabilizar a participação dela na equipe.
Ana Karolina conta que não se intimida por estar jogando entre meninos. “Eu não fico tímida não, estou praticando um esporte que eu gosto e eu fico tranqüila.”
No Gináqua, ela treina duas vezes por semana e ainda joga pelo time da escola. Para o presidente da Federação, Geraldo Magela, são iniciativas como a de Ana Karolina que mostram a força que o esporte tem e ainda servem de exemplo para muitas crianças que querem praticar qualquer modalidade, mas por motivos diversos não o fazem.
Ele disse que o custo é alto para organizar competições, mas a motivação da entidade é saber que crianças como Ana Karolina dão bons exemplos de que com determinação e força de vontade, é possível tornar o esporte, um meio de minimizar problemas sociais.
Um comentário:
É um pouco difícil ler quando a fonte e o fundo são, praticamente, da mesma cor.
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